#AquiTemInstaCasa: visite Sertãozinho, a cidade do Cristo paulista

Publicado em 1 de julho de 2021

Tempo de leitura: 7 minutos

Engana-se quem pensa que somente o Rio de Janeiro tem um Cristo para exibir ao mundo. O pequeno município de Sertãozinho, localizado a 325 quilômetros da Capital, também tem um monumento para chamar de seu: o Cristo Salvador, que marca o início do chamado “Caminho da Fé”, que romeiros devotos de Nossa Senhora Aparecida percorrem, anualmente, em homenagem à santa, considerada a Padroeira do Brasil, no dia 12 de outubro.

Além de ser o palco do Cristo paulista, Sertãozinho é o próximo destino da série #AquiTemInstaCasa: a pacata cidade de pouco mais de 127 mil habitantes (IBGE 2020) é onde está localizado o empreendimento Vista do Lago, da nossa parceira Construtora Stéfani. Prepare os apetrechos turísticos e vamos nessa!

Religião muito além do Cristo

Quando falamos que a cidade ergue uma estátua de Cristo para chamar de sua, já sabemos que trata-se de um local em que a religião se faz muito presente. Ao mencioná-la no “Caminho da Fé”, isso fica ainda mais evidente. Mas a religião está enraizada na história da cidade desde a sua fundação.

De acordo com dados históricos da Prefeitura Municipal de Sertãozinho, 1717, em Guaratinguetá, interior de São Paulo, após várias horas pescando sem resultados, três pescadores retiraram do rio Paraíba o corpo de uma imagem sem cabeça. Lançaram a rede novamente e encontraram a cabeça da imagem. Surpresos, lançaram a rede pela terceira vez e a pescaria foi tanta que puderam encher suas canoas.

Esses três pescadores, chamados Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Ela foi levada, a princípio, ao oratório de suas casas e, diante dela, eles realizavam as suas orações.

Com o anúncio de vários milagres atribuídos à imagem, a devoção do povo foi crescendo. Em 1745, foi construída uma capela no Morro dos Coqueiros, que margeia o Paraíba, e uma missa foi celebrada. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome. Em 1888, a antiga capela foi substituída por outra maior. Em 8 de setembro de 1904, foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida e, em 1908, o santuário foi elevado à dignidade de Basílica pelo Papa. Em 1930, o Papa Pio XI proclamou Nossa Senhora Aparecida “padroeira do Brasil” e, 37 anos depois, no aniversário de 250 anos de devoção à imagem, o Papa Paulo VI ofereceu a Rosa de Ouro ao Santuário Nacional, que passou a ser inteiramente dedicado a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Devido ao crescente número de fiéis e de romarias, a partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano. Após mais de 25 anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, o templo foi consagrado pelo Papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil.

Um dos pioneiros de Sertãozinho, Antônio Malaquias Pedroso, o fundador da cidade, segundo consta, seria descendente de Felipe Pedroso. Dele herdou, também, a devoção à Nossa Senhora Aparecida. Em sua honra ergueu uma capela, em 1869, próxima à sua própria casa. Esta capela foi substituída por outra, maior, em 1880, e por uma Igreja que foi demolida em 1928, quando foi possível utilizar a nova Igreja Matriz, recém inaugurada. Todas foram construídas na atual Praça 21 de Abril, considerada o marco zero de Sertãozinho, que conserva, até hoje, Nossa Senhora Aparecida como padroeira.

Vista aérea de Sertãozinho, que mostra a Igreja Matriz e a praça considerada marco zero da cidade.
Imagem: Jogos Regionais Sertãozinho

Origem do nome e da cidade

O nome Sertãozinho provém do fato de a região ter marcado o início de um grande sertão. O núcleo original foi a fazenda de Inácio Maciel de Pontes, que doou terras para a constituição do patrimônio de Nossa Senhora da Aparecida do Sertãozinho, cuja primeira capela foi erguida por Antônio Malaquias Pedroso, considerado fundador do município.

Em 1876, Malaquias fez a doação de 12 alqueires de suas terras, em torno de sua residência. Bem próximo de sua casa, no lugar atualmente denominado Praça 21 de Abril (o marco zero da cidade), Antônio Malaquias ergueu uma capela em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. Hoje, essa capela é a Igreja Nossa Senhora Aparecida, matriz de Sertãozinho.

Outras doações de terras aumentaram o patrimônio, que chegou a 148 alqueires e cuja posse foi efetivada por Antônio José Rodrigues, Manoel Jacinto de Pontes e Pai Chico, no dia 21 de julho de 1880 através de uma escritura pública outorgada no 1º Cartório de Ribeirão Preto.

O núcleo de povoação foi elevado ao Distrito de Paz, com o nome de “Freguesia da Aparecida de Sertãozinho”. Já o município, criado em 5 de dezembro de 1896, foi instalado no dia 21 de abril de 1897. A primeira denominação de Sertãozinho foi “Capela”, passando posteriormente para “Engenho Nossa Senhora Aparecida de Sertãozinho”, “Aparecida de Sertãozinho” e, finalmente, “Sertãozinho”. O primeiro prefeito foi o Dr. José Onofre Muniz Ribeiro. A comarca foi criada em 26 de outubro de 1906 e sua instalação ocorreu em 12 de dezembro do mesmo ano.

Imagem antiga do Marco Zero da cidade de Sertãozinho.
Imagem: Centro Municipal de Memória

O brasão de armas do município de Sertãozinho

O projeto de lei Instituindo o Brasão de Armas do Município de Sertãozinho foi apresentado na sessão da Câmara Municipal no dia 3 de Agosto de 1956 pelo vereador Dr. Antônio Furlan Junior, sendo aprovado por unanimidade.

Sua simbologia advém do escudo redondo português, que evoca a história do Brasil, e também:

  • Campos do brasão: o primeiro campo de ouro, é a riqueza espiritual e material do povo de Sertãozinho, que tanto tem feito pela grandeza de São Paulo e do Brasil; o segundo campo de goles (vermelho), é a disposição da gente deste privilegiado município paulista à luta e ao trabalho intenso, pelo bem da nacionalidade. O segundo campo, do brado de verde, é o simbolismo da fertilidade do solo e a sua exuberância;
  • Símbolos do brado: a imagem de Nossa Senhora Aparecida perpetua o fato profundamente histórico de ter sido o nome de Arraial de Nossa Senhora Aparecida de Sertãozinho, o nome primitivo do arraial que deu margem à fundação da cidade: as duas coroas murais, de prata, são os dois Distritos formadores do Município: Sertãozinho e Cruz das Posses; no fundo ou abismo do Brasão, uma faixa ondulante de prata, que na ciência heráldica é simbolizadora dos cursos d’água, lembra o rio Pardo, vivificador de suas terras e ao qual se ligam o rio Mogi-Guaçú e os cursos Onça e Sertãozinho;
  • Símbolos exteriores: o ramo de café frutificado, na sua cor natural colocado no Brasão lembra o trabalho dos paulistas, que fizeram erguer no seu território, a onda verde de seus cafezais que constituíram o elemento de base à consolidação do crédito do Brasil no exterior; o feixe de cana é a lembrança da produção canavieira, a mais importante do Município de Sertãozinho; o listel de prata, com forro de goles (vermelho) traz a legenda “Fides et Labor”, que simboliza e evoca as preocupações máximas do povo de Sertãozinho, devotado a Deus por sua Fé inabalável e à pátria por seu trabalho fecundo, constante, cívico e altamente produtivo. Esta legenda tem as datas “10-3-1885” e “5-12-1896”, respectivamente, datas da fundação do distrito e instituição do Município pela Lei de n.º 463.
Brasão do município de Sertãozinho.
Imagem: Prefeitura Municipal de Sertãozinho

Localização e hidrografia de Sertãozinho

Sertãozinho limita-se ao Norte, com Jardinópolis e Pontal; a Oeste, com Jaboticabal e Pitangueiras; ao Sul, com Barrinha e Dumont; e, a Leste, com Ribeirão Preto, a apenas 21 quilômetros. Possui uma Estação Rodoviária com movimento diário de aproximadamente 180 ônibus. Além das estradas municipais e vicinais, Sertãozinho é servida por importantes rodovias estaduais: a SP-330 (Rodovia Atílio Balbo, que liga Sertãozinho a Ribeirão Preto); a SP-322 (Rodovia Armando de Sales Oliveira, apelidada Rodovia da Laranja, que vai de Sertãozinho a Bebedouro); a SP-312 (Rodovia Carlos Tonani, que se estende de Sertãozinho a Borborema); todas proporcionam interligação com as principais rodovias do Estado: a Via Anhanguera e a Via Washington Luiz e com o Estado de Minas Gerais.

O município é banhado pelos rios: Pardo, Mogi-Guaçu, Ribeirão do Onça e uma série de córregos, como o Norte, Sul e Água Vermelha, que atravessam o perímetro urbano. Os riachos: Boa Vista e Tabocas passam pelo distrito de Cruz das Posses. A maioria dos córregos lança suas águas nos Rios Pardo e Mogi-Guaçu ou no Ribeirão do Onça, que segue rumo Oeste e também deságua no Rio Mogi-Guaçu, que é navegável em todas as estações, enquanto o Rio Pardo tem a navegação prejudicada devido às suas várias corredeiras.

Estes rios são de alta piscosidade. As espécies mais encontradas são: dourado, piracanjuba, piapara, piaba, pacu, corimbatá, tabarana, mandi-guaçú, jaú e surubim. As principais lagoas são: Preta, Vargem Grande, dos Cavalos, Campinho, da Onça e Itararé.

Vista aérea de Sertãozinho
Imagem: Wikipedia

E aí, gostou de nos acompanhar nessa jornada histórica por Sertãozinho? Se você não quer ficar de fora dos roteiros da série #AquiTemInstaCasa ou perder nenhum conteúdo sobre arquitetura, decoração, tecnologia e inovação, não se esqueça de assinar a nossa newsletter e receber artigos exclusivos do nosso blog, semanalmente, em seu e-mail.

Comentários:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Assine nossa newsletter

baixe nossos materiais

Posts relacionados

Assine nossa newsletter e fique por dentro das novidades na área de loteamentos