Arquitetura moderna: história, estilos e características

Publicado em 23 de setembro de 2021

Tempo de leitura: 8 minutos

A arquitetura e os grandes movimentos artísticos que deixaram marcos na história da civilização sempre andaram de mãos dadas. Assim sendo, nascida do movimento modernista, que teve início no século XX, a arquitetura moderna conta com elementos simples para criar composições surpreendentes, bem como sua “inspiração” artística. 

Aqui, na InstaCasa, o nosso time de arquitetos cria, para os loteamentos parceiros, diversos projetos arquitetônicos que seguem as características da arquitetura moderna. Mas você sabe quais são elas? Conhece a história da arquitetura moderna? Os estilos que foram criados ao longo dos anos? Sabe quais são os principais expoentes desse estilo arquitetônico no Brasil? Se não, siga a leitura e acompanhe, com o nosso #DreamTeam, todos os principais pontos da arquitetura moderna. 

Gif com projeto moderno da InstaCasa

A história da arquitetura moderna

É impossível falar sobre arquitetura moderna sem falar da Bauhaus. Criada em 1919 pelo célebre arquiteto Walter Gropius, na Alemanha, a Escola Bauhaus revolucionou o design moderno no século XX. 

A Bauhaus nasceu em um contexto histórico importante, logo após o final da primeira guerra mundial e durante um grande avanço industrial. Considerada a primeira escola de design do mundo, as obras criadas nessa instituição utilizavam materiais pré-fabricados para simplificar volumes, geometria e linhas retas, características presentes na arquitetura moderna.

Um dos grandes trunfos da Bauhaus, apesar de sua breve existência, foi aliar diversas vertentes das artes, do design e da arquitetura. Ela trabalhava com a idealização de prédios inteiros, de móveis, de cerâmicas, entre outros. 

O modernismo pode ser descrito como um dos momentos mais importantes da arquitetura internacional, pois apresentou, ao mundo, um estilo inovador inspirado por pensamento e idéias que finalmente reinventaram os espaços de vida e trabalho, assim como a maneira como as pessoas se relacionavam entre si e com o ambiente construído.

A premissa histórica da arquitetura moderna é, portanto, utilizar tudo o que é simples para criar obras que não passam despercebidas. 

Capela Notre Dame Du Haut, projetada por Le Corbusier
Imagem: Capela Notre Dame Du Haut, projetada por Le Corbusier

Características da arquitetura moderna

A arquitetura moderna, além de inovar as construções com a utilização de aço, vidro e concreto reforçado, além de priorizar elementos lineares, formas simples, aparências retangulares e figuras geométricas, possui características como:

  • Funcionalidade: a funcionalidade não era algo visto como algo tedioso, chato, burocrático ou esteticamente “desinteressante”. Pelo contrário, a arquitetura e o design precisavam se unir para propor estruturas tão funcionais e objetivas quanto visualmente atraentes e impactantes. Com a funcionalidade vista como uma das principais características da arquitetura moderna, saíram de cena os adornos exagerados para dar lugar a traços e estruturas que sejam práticas, funcionais e necessárias; 
  • Simplicidade: para produzir uma estética clean, a arquitetura moderna conta com linhas horizontais e verticais, traços bem definidos e formas simples e geométricas; 
  • Integração: com o objetivo de proporcionar uma visão externa incrível e promover o paisagismo dos projetos arquitetônicos, acontece uma grande integração entre os espaços internos e externos, gerada pelo uso de alguns materiais, como o vidro
  • Espaços livres: com integração, áreas do projeto arquitetônico ficam livres, não se limitando a gerar mais espaço de circulação. Eles também marcam presença nas estruturas verticais, criando áreas de respiro e trazendo luz e ventilação para dentro das construções.
Cardboard Cathedral, projetada por Shigeru Ban
Imagem: Cardboard Cathedral, projetada por Shigeru Ban

Estilos da arquitetura moderna criados ao longo dos anos

Com uma sociedade voltada ao novo trazido pela Revolução Industrial, a arquitetura moderna, para acompanhar esse movimento, teve que apresentar novas soluções e materiais em sua produção. Assim, surgiram os estilos arquitetônicos modernos, com características únicas que marcaram épocas. Entre eles, estão:

Início do século XX

  • Bauhaus: como uma palavra derivada de “construção” e “casa”, em alemão Bau e Haus, a Bauhaus se tornou um modelo para muitas das escolas de arquitetura instituídas ao longo da primeira metade do século XX, a instituição emprestou seu nome para um estilo de arquitetura próprio, o qual foi caracterizado por uma ênfase na funcionalidade e definido por volumes puros e abstratos;
Escola Bauhaus com arquitetura moderna
Imagem: Escola Bauhaus. Tadashi Okochi © Pen Magazine/Stiftung Bauhaus Dessau/Divulgação
  • De Stijl: fundado em 1917, na Holanda, o De Stijl (holandês para “O Estilo”) atingiu seu auge ao longo das décadas de 1920 e 1930. Como suas principais características, estão um design reducionista e de formas puras, volumes e elementos horizontais e verticais e cores primárias;
De Stijl
Imagem: Café l’Aubette, planejado por Theo van Doesburg
  • Construtivismo: influenciado pelas mais recentes inovações tecnológicas e o futurismo russo, o construtivismo era caracterizado por volumes extremamente geometrizados e um formalismo tendendo à abstração. Apesar de seu imenso sucesso na década de 1920, o estilo caiu em desuso já no início dos anos 1930;
Projeto construtivista
Imagem: Fábrica de Pão na Rússia/Archdaily
  • Expressionismo: o expressionismo na arquitetura foi caracterizado por formas biomórficas, estruturas orgânicas e monumentais. Derivado dos movimentos de vanguarda alemão, holandês, austríaco, tcheco e dinamarquês, o expressionismo explorou os benefícios da produção em massa do aço, tijolo e vidro da época, dando forma a edifícios até então inconcebíveis.
Projeto expressionismo
Imagem: Igreja de Grundtvig, projetada por Peder Vilhelm Jensen-Klint

Meados do século XX

  • Funcionalismo: defendia o princípio de que a arquitetura deveria refletir em suas formas seu principal propósito de ser: a sua função. À medida que o estilo foi ganhando mais adeptos, a máxima foi sendo forjada: “a forma segue a função”, inspirando a ideia de que a arquitetura deveria ser um meio para promover a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas;
Renovação da Villa Funcionalista “Indian Ship” / Idhea
Imagem: Renovação da Villa Funcionalista “Indian Ship” / Idhea
  • Minimalismo: pode ser considerado como uma continuidade dos estilos Bauhaus e De Stijl, enfatizando o uso de elementos simples, a negação de ornamentação e quaisquer tipo de elementos decorativos. O minimalismo propunha retirar, da arquitetura, qualquer excesso: daí a máxima de “menos é mais”. Entre as principais características deste estilo estão formas geométricas puras, materiais simples, repetição, ritmo e clareza estrutural;
Imagem: Pavilhão Barcelona / Mies van der Rohe
  • Estilo internacional: como uma evolução natural dos princípios modernistas importados da Europa, o estilo internacional descreve o momento em que o modernismo europeu se espalhou pelos quatro cantos do mundo, especialmente nos EUA. Caracterizado por uma geometria simples e pela falta de ornamentação, o estilo se alastrou rapidamente pelas grandes cidades americanas, impulsionado pela massiva construção de arranha-céus de aço e vidro;
Villa Savoye / Le Corbusier
Imagem: Villa Savoye / Le Corbusier
  • Metabolismo: surgiu no Japão do pós-guerra, mesclando a arquitetura com uma mistura de formas orgânicas e geométricas. Suas características incluem a modularidade, pré-fabricação, flexibilidade e a monumentalidade;
Construção metabolismo
Imagem: Nagakin Capsule Tower / Kisho Kurokawa
  • Brutalismo: o estilo brutalista é caracterizado por formas monolíticas, volumes geométricos e obviamente, muito concreto aparente. Edifícios brutalistas resultaram muitas vezes de encomendas e projetos públicos monumentais, como edifícios educacionais ou torres residenciais em altura.
The Barbican Estate / Chamerlin, Powell and Bon Architects
Imagem: The Barbican Estate / Chamerlin, Powell and Bon Architects

Final do século XX

  • Pós-modernismo: emergindo de um profundo questionamento dos principais valores da arquitetura moderna, o pós-modernismo floresceu como parte de um desejo impetuoso por mudança. Com o objetivo de reviver conceitos e técnicas tradicionais e locais, o pós-modernismo fez a arquitetura se voltar novamente para as especificidades de seu contexto;
The Portland Building / Michael Graves
Imagem: The Portland Building / Michael Graves
  • High-Tech: é considerado um estilo moderno tardio que incorpora soluções de altíssima tecnologia como parte fundamental do projeto de arquitetura. Fazendo uso das mais avançadas tecnologias relacionadas à construção civil, a arquitetura high-tech enfatiza a transparência, expondo suas instalações e sistemas, assim como a estrutura do próprio edifício. Suas características incluem pisos elevados, estruturas suspensas, ausência de paredes estruturais e divisões internas, sistemas e instalações expostas e flexibilidade espacial;
Imagem: Centro Georges Pompidou / Renzo Piano + Richard Rogers
  • Desconstrutivismo: derivado do pós-modernismo, é caracterizado pela total ausência de harmonia, continuidade ou simetria de suas formas. Arquitetos desconstrutivistas frequentemente manipulam a envoltória de seus edifícios, criando superfícies descontínuas e deslocadas e, portanto, imprevisíveis e, até certo ponto, caóticas. 
Museu do Design Vitra / Gehry Partners
Imagem: Museu do Design Vitra / Gehry Partners

Principais expoentes brasileiros da arquitetura moderna

A arquitetura modernista no Brasil serviu de grande inspiração para o mundo, com grandes obras de arquitetos como:

  • Lina Bo Bardi: Achillina Bo Bardi, ou simplesmente Lina Bo Bardi, foi uma arquiteta ítalo-brasileira do período moderno com obras emblemáticas pelo país. Lina nasceu na Itália e veio ao Brasil por causa do seu casamento com o crítico e historiador de arte Pietro Maria Bardi. Sua percepção da cultura brasileira por meio de um ponto de vista antropológico uniu seu estilo de vanguarda estética e a tradição popular. Lina assina grandes obras da arquitetura nacional. Entre elas, destacam-se a nova sede do MASP, de 1957; o edifício do Sesc Pompéia, de 1977; o Teatro Oficina, de 1984; e a Casa do Chame-Chame;
  • Lúcio Costa: nascido na França, filho de um almirante brasileiro da Marinha do Brasil que viajava muito, Lúcio Costa veio para o Brasil em 1917. O profissional é considerado o pioneiro da arquitetura moderna no Brasil. Foi ele o responsável pela construção da sede do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, e pelo projeto de urbanismo da nova capital federal, Brasília. Além disso, ele também projetou o Estádio do Pacaembu, deixando, também, sua marca na Capital Paulista. Em sua trajetória, o arquiteto chegou ao cargo de diretor da Escola Nacional de Belas Artes, onde conheceu o aluno Oscar Niemeyer para ensinar sobre o movimento modernista;
  • Oscar Niemeyer: Oscar Niemeyer fez história no Brasil e no mundo com suas obras. Ele deixou um legado com mais de 600 obras modernas, destacando-se o Copan, o Congresso Nacional, o Sambódromo do Anhembi, o Parque do Ibirapuera, a Igreja da Pampulha, o Memorial da América Latina e a Sede das Nações Unidas;
  • Paulo Mendes da Rocha: arquiteto modernista brasileiro condecorado em diversas premiações como o Leão de Ouro na Bienal de Veneza, Prêmio Imperial de Artes do Japão, Medalha de Ouro do RIBA e o Pritzker em 2006. Criou obras como o Sesc 24 de Maio e a Pinacoteca de São Paulo.

E então, o que achou da nossa pequena aula de história sobre arquitetura moderna? Fique à vontade para nos contar na caixa de comentários abaixo! E lembre-se, se você curte esse tipo de conteúdo, assine nossa newsletter e não perca nenhum artigo sobre arquitetura, decoração e tecnologia, além de novidades sobre o mercado de loteamentos brasileiros.

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